PATRICIA MARX LANÇA "NOVA", ÁLBUM QUE REFLETE SEU MOMENTO FELIZ, LONGE DA MACONHA E DA DEPRESSÃO
Patricia Marx tem fases, como a lua. No visual ou no comportamento, na vida ou na arte, a em passando por constantes transformações em seus 35 anos de carreira, agora coroados com o álbum “Nova”. Num figurino esvoaçante, como um cisne negro, ela surge na capa de seu 13º trabalho, cujo sofisticado repertório transita entre o pop, o soul e a new age, com letras ora em português, ora em inglês.
— A Lua Nova é negra, recomeça do zero. Sou espiritualista, e meu álbum tem essa vibração, é diferente de tudo que já fiz. Daqui pra frente, pretendo tomar um rumo mais experimental — anuncia a paulistana, de 44 anos.
O novo caminho musical acompanha um novo tempo pessoal. A artista provocativa que sacudia o Instagram com fotos em que fumava maconha e exibia os seios, peitando tabus, apagou os posts e não quer mais saber de polêmica.
— Estava numa fase confusa... Eu me expunha e depois não conseguia segurar a onda. Atravessava uma depressão tomando remédios e fumando, o que afundou comigo. Mas abandonei o vício. Para algumas pessoas, maconha liberta, expande a consciência. Só que quando o efeito passa é devastador — relata Patricia, que se apoiou em terapias para se reerguer: — A psicanálise aliada ao Theta Healing (técnica de cura energética) me curaram. Quando relembro tudo o que vivi de ruim, parece que foi em outra encarnação. Agora estou leve, feliz.
O “tudo o que vivi de ruim” inclui, segundo ela, assédios morais e até sexuais na infância, quando brilhava no Trem da Alegria, e na adolescência, em carreira solo. Assuntos que a cantora e compositora vai detalhar na autobiografia que finaliza, na intenção de lançá-la no próximo ano.
— Mas não quero carregar nas mágoas. Vou contar o que acho pertinente ser dito, sem citar nomes. Sou uma sobrevivente, uma guerreira da luz. Incomodo muita gente com a verdade e a transparência, minhas bandeiras — acredita.
Do passado, Patricia garante, ficaram só as boas lembranças. Esporadicamente, ela se reúne com Luciano Nassyn, ex-companheiro do Trem e do “Clube da Criança”, para apresentações com o repertório da época. Retomar o grupo é um projeto.
— Acertar os ponteiros é que dá trabalho. Juninho Bill agora é produtor do programa do Danilo Gentili, não pode sair viajando com a gente. E Vanessa mora no exterior há anos. Enquanto não acontece, sigo com o meu trabalho. Cantar é minha missão de vida.
Mesmo sem querer, Patricia acabou se envolvendo em polêmica quando participou do júri do último “PopStar”. Ao criticar a apresentação de Lua Blanco, foi vaiada pelo fã-clube da loura.
— Não entendi nada, me senti a própria Aracy de Almeida (a jurada rabugenta do “Show de calouros”, de Silvio Santos)! Avaliar era o meu papel — conta ela, que no caminho para o camarim foi abordada por uma menina da plateia: — Ela me pediu desculpas e explicou que os fãs ficaram bravos comigo porque Lua passa por uma depressão e cantar é uma superação pra ela. Como eu ia saber? Também já estive mal e ninguém passou a mão na minha cabeça. A vida é dura mesmo, e a gente tira lições de todas as experiências.
Link da matéria original: https://extra.globo.com/tv-e-lazer/musica/patricia-marx-lanca-nova-album-que-reflete-seu-momento-feliz-livre-da-maconha-da-depressao-23269853.html
Matéria na edição impressa do jornal
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