segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

ENTREVISTA DE PATRICIA MARX PARA "NA TELINHA"

 

Em entrevista ao site NA TELINHA, Patricia Marx falou sobre a emoção de ter uma música sua em trilhas de novela pela primeira vez com "Festa do Amor", em Bambolê (em reprise no Canal Viva), a reação do público quando se assumiu lésbica e falou mais sobre seu novo single, "Vozes Trans", entre outros assuntos.

LINK DA MATÉRIA ORIGINAL:

https://natelinha.uol.com.br/famosos/2022/12/05/icone-infantil-revela-reacao-do-publico-quando-ela-se-assumiu-lesbica-desmoronou-190846.php?fbclid=PAAaYYmNjvQC7xiG-NJaJzWbp46ZuvKhoTU5Vh5K9LwgZ7iWkP70Db1NnHrIY


A expressão "uou-uou, uou-uou" ecou durante vários capítulos de Bambolê, atual novela em reprise do Canal Viva. É que as palavras fazem parte da canção de sucesso que Patricia Marx gravou na época da novela, a Festa do Amor. Naquele momento, a cantora tinha 13 anos e estava recém-saída do Trem da Alegria, conjunto infantil que integrou durante mais de dois anos. 

Ao seguir carreira solo, Patricia ficou surpresa em ouvir sua música na trilha de novela, já que acompanhava os folhetins. Para ela, ter um trabalho veiculado em uma trama da Globo era como se tivesse atingido um nível alto na carreira artística. Mal sabia ela que, além de Festa do Amor, outras músicas gravadas por ela fariam parte de outras trilhas sonoras de novela mais tarde. 

Quando Chove, um dos marcos de sua carreira, marcou também a novela A Viagem (1994), já que embalava as cenas em que Diná aparecia, a protagonista vivida por Christiane Torloni. Hoje, aos 48 anos, ela empresta sua voz para erguer o coro na luta preconceito com a comunidade LGBTQIA+, ao lançar seu novo trabalho, Vozes Trans. 

Em entrevista exclusiva para o NaTelinha, Patricia Marx revelou que ficou extasiada ao ouvir sua voz em uma novela pela primeira vez. Festa do Amor já veio prontinha para sua interpretação, já que ela tinha acabado de sair do Trem da Alegria. "Fiquei extremamente feliz, eu dava pulos de alegria. Na época, eu tinha a impressão de que quem tivesse uma música na novela era um artista de alta grandeza", afirma. 

A canção, que já tinha uma pegada a la anos 50, década em que Bambolê era ambientada, tinha grande chance de entrar na trilha. Segundo Patricia, ter um trabalho reproduzido em um folhetim é muito importante para o artista por conta da visibilidade que as produções audiovisual trazem. 

"Gravei essa música e, de fato, ela entrou na novela. Então já foi uma coisa mais ou menos programado. Ao longo da minha carreira tive algumas músicas em trilhas sonoras. É bem importante para o artista ter a música na novela pela divulgação, já que música na novela pela divulgação, já que as tramas têm um alcance muito grande. Aquela música vai tocar muitas vezes, não só na novela, como nas rádios. Ela vai virar o tema de alguém e isso marca muito", analisa. 

"A música Quando Chove em A Viagem, por exemplo, me marcou muito. A novela já passou diversas vezes e as pessoas se lembram muito do personagem quando ouvem a canção. A Diná, inclusive, era uma personagem muito parecida comigo. Visualmente, a gente tinha o mesmo cabelo: Curto e preto. Ela tinha uma melancolia, uma tristeza, uma doçura, uma braveza muito a ver comigo. Isso marcou demais". 

Hoje, assumidamente lésbica, Patrícia levanta o coro contra o preconceito da comunidade LGBTQIA+, tanto que, em seu novo trabalho, Vozes Trans, em parceria com Wado, traz resistência em uma sociedade heteronormativa. "De início, ele (Wado) quis dizer que as vozes que transmitem, que transitam. Eu que tive essa leitura do trans por estar na comunidade LGBTQIA+ e que pudesse dar voz também a essa causa. Tem dentro da letra, dentro das palavras, coisas que também que também muitos de nós passamos. Coisa do envolvimento, dos cantinhos, ela tem uma questão política também. As palavras elas têm sentidos subjetivos que se encaixam dentro da causa LGBTQIA+", conta. 

Patricia revela que não sofreu resistência por gravar uma música que traz uma mensagem sobre a diversidade. Mesmo após ela ter se assumido lésbica, também não sofreu um preconceito mais latente, apesar de ter lido alguns comentários machistas sobre sua orientação sexual. 

"Talvez eu tenha muita sorte por ser artista, uma pessoa que tem visibilidade e que teve um passado afortunado, no sentido de ter muito carinho e respeito pelo público. Obviamente que, quando eu abri para o mundo nas minhas redes sociais a minha questão sexual, alguns homens machistas vieram falar 'ai que decepção', mas foi uma pequena parcela, minúscula que disse. Não me senti nem um pouco ofendida. Entendo que aquele castelinho desmoronou", analisa. 

A cantora acredita que, quando era adolescente, foi projetada para se tornar um objeto sexualizado por regras machistas naquela ocasiãomas que hoje tem entendimento de que o mundo mudou. 

"Eu cresci na televisão, na exposição da minha imagem. Era uma menina, uma adolescente muito gostosa, até sexualizada. Fui projetada pra isso, era uma projeção que vinha do universo masculino que me produzia e dirigia, vindo de um universo patriarcal que me produzia e dirigia, vindo de um universo patriarcal machista. Hoje eu entendo bastante o que aconteceu comigo, pra onde a minha imagem foi levada, foi explorada", afirma Patrícia, que se assumiu lésbica em 2020. "Tive um apoio gigantesco de todas as pessoas, muita gente que não é comunidade gay e da comunidade em si. Também mulheres que ainda não se assumiram e que me escreveram mensagens dizendo que estavam muito orgulhosas de mim e que um dia elas pudessem fazer a mesma coisa". 


Um comentário:

  1. Isso acontece com a Patricia porque as pessoas têm aquela imagem eterna dela de menininha. A maioria das cantoras brasileiras são lésbicas e não vejo essa comoção toda. Os fãs tem que se tocar que ela cresceu.

    ResponderExcluir